Os cinco amigos viviam muito felizes na sua gruta. Era uma gruta lindíssima parecia mágica com diamantes cravados nas paredes e no chão encontravam – se lindíssimas pedras preciosas: esmeraldas, rubis, safiras... Existiam também algas de todas as cores e feitios, havia algas verdes, laranjas, vermelhas, amarelas, violetas, cor -de -rosa e ainda azuis. O quarto da Menina parecia tirado de um conto de fadas. A sua cama era uma pequena concha e o seu cobertor uma alga marinha encarnada.
Em casa da Menina do Mar todos tinham uma tarefa para cumprir: o polvo tratava das limpezas, punha a mesa e deitava - a. O caranguejo cozinhava, era o ourives e o costureiro dela e o peixe brincava com a Menina do Mar. O rapaz também tinha uma tarefa a cumprir: contar à Menina maravilhosas histórias sobre a terra, e como sempre a Menina do Mar ficava maravilhada e lamentava não poder visitar a terra, tinha pena de não poder caminhar no solo… Por gostar tanto das histórias do rapaz, por vezes a Menina esquecia a realidade e não ia dançar para a Grande Raia. Esta ficava furiosa, pois não sabia a razão das falhas da sua bailarina para com ela. Um dia, após a Menina lhe ter prestado os seus serviços de bailarina, após a pequena sair da fortaleza da dela, mandou quatro medusas muito más seguir a pequena bailarina. Quando a Menina chegou à sua gruta, perguntou ao rapaz:
- Onde estão todos?
- O polvo foi às compras. O caranguejo foi ao conselho dos caranguejos, e o peixe foi ao barbeiro. Ele dizia que lhe estava a crescer a barba! - Respondeu o rapaz sorrindo.
Entretanto, as medusas que os espiavam, entraram na gruta sem que ninguém desse por nada e... duas delas raptaram o rapaz e as outras duas fecharam a Menina num pequeno armário com um cadeado e engoliram a chave!
-Larguem – me! Socorro! Socorro! – Ordenou a menina.
O rapaz bem queria libertar – se e enquanto isso ele gritava:
-Parem! O que querem de mim? Larguem – me! Larguem – na!
-Nós não queremos nada de ti, mas a nossa ama sim… ihhh ihhh ihhh!-Responderam – lhe as medusas enquanto se riam maleficamente.
Saíram da gruta e desmaiaram o rapaz com um choque eléctrico. Quando os três amigos chegaram e ouviram um pequeno choro vindo do armário, abriram – no com um gancho que a Menina usava e viram a Menina encolhida no armário com uma lágrima tão transparente e brilhante a escorrer – lhe pelo rosto delicado. Ao vê - la naquele estado, os amigos tiraram – na do armário e perguntaram – lhe:
- O que se passa, pequenina?
A Menina deixou cair outra lágrima que escorregava pela sua triste face e respondeu:
- Os espiões da Raia raptaram o menino e disseram que ela iria fazer – lhe alguma coisa muito má, mas eu não sei o que é…!
- Temos de o salvar o nosso amigo. Corre perigo de vida!
Foi então que o polvo disse enquanto limpava o rosto à Menina do Mar:
- Vamos salvá – lo. Não te preocupes. Vamos lembrar – nos de algo para o podermos libertar das garras da Raia!
- Não há tempo para pensar, temos de agir depressa! – replicou a pequena bailarina.
Os quatro amigos pensaram numa solução até que… o peixe teve uma ideia.
- Já sei o que vamos fazer: vamos falar com o Rei Dos Mares, ele é o único ser do mar que consegue fazer frente à Raia, com o seu tridente mágico!
- Sim, vamos lá. Não há tempo a perder…! – Declarou o caranguejo.
Os quatro amigos foram em direcção ao Palácio d’ Atlântica.
Quando chegaram ao palácio, os guardas não os queriam deixar entrar, mas o peixe que era um excelente actor, disse:
- Ai, só me faltava agora esta, mas o Rei dos Mares não vos informou que iria ser visitado pela bailarina mais talentosa dos mares? Por favor, Menina, não se exalte.
A Menina que percebera a jogada do seu amigo disse:
- Nunca fui tão mal recebida, vou ter que fazer queixa ao meu grande amigo Rei dos Mares.
Os guardas que julgavam tratar – se de um caso a sério, ao verem o seu emprego ameaçado disseram:
- Não se preocupe, nós vamos deixá – la entrar, mas por favor não diga nada ao patrão, temos família para manter!
- Obrigado! – Disse o peixe com um sorriso escondido…
Quando conseguiram passar pelos guardas, dirigiram – se para o Palácio d’ Atlântica.
Quando lá chegaram o Rei dos Mares perguntou – lhes:
- Que se passa minha querida?
A Menina do Mar com uma lágrima no rosto respondeu:
- Rei dos Mares, por favor, o meu amigo foi raptado pela Grande Raia que lhe quer fazer mal.
- Como o sabes, minha querida…? E o que é que ela quer fazer com ele? – Perguntou – lhe o Rei dos Mares.
- Não sei o que é que eles querem fazer com o menino, mas quando ele foi raptado, eu estava com ele em minha casa, só que os espiões dela prenderam – me no armário, mas eu ainda consegui ouvir o que eles disseram!
Sem pensar duas vezes, o Rei dos Mares pega no seu tridente, pronuncia umas palavras estranhas e visualiza o esconderijo da Raia.
Com os seus guardas (que eram sereias) montaram os seus cavalos-marinhos e dirigiram – se para lá. Entretanto lá na gruta o rapaz tinha recuperado os sentidos e foi aí que teve coragem para perguntar à Raia:
- O que é que quer de mim?
- Eu… Eu… Quero vingar – me da Menina do Mar e da terra que é de onde vens! – Respondeu a Raia.
- E como é que pensas fazer? – Questionou o rapaz.
- Vou provocar um tsunami que vai inundar a terra! Haaaa…Há… - Retorquiu a Raia.
- Mas porque ficaste tão furiosa com a minha amiga? – Interrogou – se o rapaz – ela não fez nada de mal!
- Porque eu é que sou a Dona destes mares e ao fazerem – me isto estavam a desafiar a minha autoridade.
De repente o Rei dos Mares, a Menina, os seus amigos e o exército Atlântico entraram à socapa no esconderijo da Raia. Mas, sem querer, o caranguejo que andava para o lado pisou uma pedra e fez barulho… A raia voltou – se para trás e viu – os a todos …
Então a Raia não hesitou e disse as palavras mágicas… No último momento quando a Raia ia afogar a terra... o Rei dos Mares disparou um raio através do seu tridente, que transformou a Raia num sapo – parteiro…
Enquanto isto, a Menina e os seus amigos, correram a abraçá – lo (excepto o peixe, pois não tinha braços e que lhe deu um beijinho) a Menina voltou a deixar cair uma lágrima cristalina e brilhante. Então o rapaz perguntou – lhe:
- Porque choras?
- Eu - respondeu a Menina - choro de felicidade.
Os dois amigos abraçaram – se ainda com mais força.Então o rapaz, dirigiu-se ao Rei dos Mares, fez – lhe uma vénia e disse – lhe:
- Obrigado, pela sua ajuda.
- De nada. - Disse o Rei - Agradece à Menina do Mar.
Então o Rei dos Mar pegou na Menina do Mar e no rapaz e proclamou:
- Eu declaro estes dois amigos para serem os novos príncipes do mar.
Depois virou – se para o peixe, para o polvo e para o caranguejo e continuou:
- Eu declaro estes três seres dos mares meus conselheiros, pela sua lealdade ao Rei dos Mares!
E assim foi, os cinco amigos nunca mais precisaram de ter medo de ninguém e viveram felizes para sempre!!!
Sara Pereira, nº 19, 5ºB