terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu na cidade do Porto, em 1919, viveu em Lisboa, onde estudou e tirou o curso de Filologia Clássica e faleceu no dia 2 de Julho de 2004.

Sophia de Mello Breyner Andresen é considerada uma das poetisas e escritoras de livros para crianças mais importantes da Literatura Portuguesa.

Possui uma obra vastíssima, que inclui, contos e obras poéticas. Os seus livros relatam as vivências da autora durante a infância. Por exemplo, para escrever A Menina do Mar a autora inspirou-se na casa branca na duna onde viveu a sua infância.

Em 1999 Sophia de Mello Breyner Andresen recebeu o Prémio Camões, sobre o qual muito se falou e escreveu na altura.

Os amigos da Menina do Mar



Resumo da obra: "A Menina do Mar".

Era uma vez um menino que ia sempre à praia. Um dia, o menino ouviu uns barulhos de trás de uma rocha. Era uma Menina do Mar, um caranguejo, um polvo e um peixe. Ficaram todos amigos, o menino mostrou muitas coisas à Menina do Mar. O menino convidou-a para ir visitar a terra. No outro dia a Menina do Mar disse ao menino que não podia ir porque os búzios tinham dito à Grande Raia. Eles depois tentaram fugir mas apareceram muitos polvos. Os polvos faziam muito mal, mas o menino não largava a menina. O menino caiu e deixou de ouvir, ver as coisas e desmaiou. Acordou numa rocha e a maré já estava cheia. Ele levantou-se e foi para casa cheio de marcas das ventosas dos polvos. Passaram dias e dias o menino voltava sempre à praia mas nunca mais viu a menina e os seus três amigos. Chegou o Inverno e o menino viu uma gaivota que trazia no bico uma poção para que o menino pudesse ir ao fundo do mar sem se afogar. Estiveram dias e noites a atravessar o mar e finalmente chegaram à gruta onde a Menina do Mar estava. A Menina do Mar voltou a dançar no palácio e ficaram amigos para sempre.

A Menina do Mar

sábado, 19 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Diário de Anne Frank




"Espero poder confiar inteiramente em você, como jamais confiei em alguém até hoje, e espero que você venha a ser um grande apoio e um grande conforto para mim.?" Assim, Anne Frank inicia o seu famoso diário, que ela escreveu no esconderijo, que ficava na casa de trás (1942 a 1944).

Oferecido pelo pai no dia do seu aniversário, a jovem deu ao diário o nome de Kitty. Kitty era sua única amiga dentro do Anexo Secreto.
Inicialmente, o diário começa por ser uma descrição de eventos normais na vida de qualquer adolescente, descrevendo mais tarde as suas condições de vida: a angústia permanente, o medo de serem descobertos, a comida escassa, a nova rotina, a que tiveram que se submeter (no horário laboral no escritório apenas podiam comunicar por sussurros, nunca podiam utilizar a casa de banho); e contudo, está sempre presente o reconhecimento da coragem dos amigos não - judeus (antigos empregados do pai), que não hesitavam em ajudá-los, mesmo arriscando a vida: “Nunca deixam transparecer que somos um fardo - e não há dúvida que somos - nunca se queixam das maçadas que estamos a causar. Todos os dias sobem até aqui, falam com os homens sobre o negócio e a política, com as senhoras sobre as dificuldades do governo da casa e connosco, os jovens, sobre livros e jornais. Entram sempre de cara satisfeita, não se esquecem, nos dias de festa das flores e das prendas e estão sempre prontos a ajudar. Não devemos esquecer nunca, apesar de todas as heroicidades dos campos de batalha e de toda a luta contra os opressores, os sacrifícios dos nossos amigos, aqui, junto de nós, as provas diárias de simpatia e amor!"

Em Abril de 1944, Anne ouve na rádio que a Rainha Guilhermina deseja que, no final da guerra, sejam escritas crónicas sobre este período histórico. Entusiasmada, decide reescrever o diário, desejando publicar parte dele.

No dia 4 de Agosto de 1944, a Polícia de Segurança alemã, acompanhada por alguns holandeses nazistas, fez uma rusga no escritório geral, obrigando Kraler a revelar a entrada para o Anexo Secreto. Todos os seus ocupantes, assim como Kraler e Koophuis, foram presos.

Alguns dias depois, misturados aos jornais velhos e lixo espalhados pelo chão, um empregado encontrou os cadernos onde Anne escrevera o seu diário. Não sabendo do que se tratava, entregou-os a Miep e Elli. As duas jovens, durante um severo interrogatório alemão a que foram submetidas, negaram terminantemente a sua ajuda ao pequeno grupo judeu, e assim foram libertadas e salvas. Tendo guardado cuidadosamente o diário de Anne, entregaram-no ao seu pai, Otto Frank, na sua volta, após o fim da guerra.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Nau Catrineta



Nau Catrineta


Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar!
Ouvide agora, senhores,
Uma história de pasmar.

Passava mais de ano e dia
Que iam na volta do mar,
Já não tinham que comer,
Já não tinham que manjar.

Deitaram sola de molho
Para o outro dia jantar;
Mas a sola era tão rija,
Que a não puderam tragar.

Deitaram sortes à ventura
Qual se havia de matar;
Logo foi cair a sorte
No capitão general.

- "Sobe, sobe, marujinho,
Àquele mastro real,
Vê se vês terras de Espanha,
As praias de Portugal!"

- "Não vejo terras de Espanha,
Nem praias de Portugal;
Vejo sete espadas nuas
Que estão para te matar."

- "Acima, acima, gageiro,
Acima ao tope real!
Olha se enxergas Espanha,
Areias de Portugal!"

- "Alvíssaras, capitão,
Meu capitão general!
Já vejo terras de Espanha,
Areias de Portugal!"
Mais enxergo três meninas,
Debaixo de um laranjal:
Uma sentada a coser,
Outra na roca a fiar,
A mais formosa de todas
Está no meio a chorar."

- "Todas três são minhas filhas,
Oh! quem mas dera abraçar!
A mais formosa de todas
Contigo a hei-se casar."

- "A vossa filha não quero,
Que vos custou a criar."

- "Dar-te-ei tanto dinheiro
Que o não possas contar."

- "Não quero o vosso dinheiro
Pois vos custou a ganhar."

- "Dou-te o meu cavalo branco,
Que nunca houve outro igual."

- "Guardai o vosso cavalo,
Que vos custou a ensinar."

- "Dar-te-ei a Catrineta,
Para nela navegar."

- "Não quero a Nau Catrineta,
Que a não sei governar."

- "Que queres tu, meu gageiro,
Que alvíssaras te hei-de dar?"

- "Capitão, quero a tua alma,
Para comigo a levar!"

- "Renego de ti, demónio,
Que me estavas a tentar!
A minha alma é só de Deus;
O corpo dou eu ao mar."

Tomou-o um anjo nos braços,
Não no deixou afogar.
Deu um estouro o demónio,
Acalmaram vento e mar;

E à noite a Nau Catrineta
Estava em terra a varar.

Almeida Garrett, Romanceiro