segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Continuação do conto "A Menina do Mar" de Sophia Mello Breyner Andresen

Os cinco amigos viviam muito felizes na sua gruta. Era uma gruta lindíssima parecia mágica com diamantes cravados nas paredes e no chão encontravam – se lindíssimas pedras preciosas: esmeraldas, rubis, safiras... Existiam também algas de todas as cores e feitios, havia algas verdes, laranjas, vermelhas, amarelas, violetas, cor -de -rosa e ainda azuis. O quarto da Menina parecia tirado de um conto de fadas. A sua cama era uma pequena concha e o seu cobertor uma alga marinha encarnada.
Em casa da Menina do Mar todos tinham uma tarefa para cumprir: o polvo tratava das limpezas, punha a mesa e deitava - a. O caranguejo cozinhava, era o ourives e o costureiro dela e o peixe brincava com a Menina do Mar. O rapaz também tinha uma tarefa a cumprir: contar à Menina maravilhosas histórias sobre a terra, e como sempre a Menina do Mar ficava maravilhada e lamentava não poder visitar a terra, tinha pena de não poder caminhar no solo… Por gostar tanto das histórias do rapaz, por vezes a Menina esquecia a realidade e não ia dançar para a Grande Raia. Esta ficava furiosa, pois não sabia a razão das falhas da sua bailarina para com ela. Um dia, após a Menina lhe ter prestado os seus serviços de bailarina, após a pequena sair da fortaleza da dela, mandou quatro medusas muito más seguir a pequena bailarina. Quando a Menina chegou à sua gruta, perguntou ao rapaz:
- Onde estão todos?
- O polvo foi às compras. O caranguejo foi ao conselho dos caranguejos, e o peixe foi ao barbeiro. Ele dizia que lhe estava a crescer a barba! - Respondeu o rapaz sorrindo.
Entretanto, as medusas que os espiavam, entraram na gruta sem que ninguém desse por nada e... duas delas raptaram o rapaz e as outras duas fecharam a Menina num pequeno armário com um cadeado e engoliram a chave!
-Larguem – me! Socorro! Socorro! – Ordenou a menina.
O rapaz bem queria libertar – se e enquanto isso ele gritava:
-Parem! O que querem de mim? Larguem – me! Larguem – na!
-Nós não queremos nada de ti, mas a nossa ama sim… ihhh ihhh ihhh!-Responderam – lhe as medusas enquanto se riam maleficamente.
Saíram da gruta e desmaiaram o rapaz com um choque eléctrico. Quando os três amigos chegaram e ouviram um pequeno choro vindo do armário, abriram – no com um gancho que a Menina usava e viram a Menina encolhida no armário com uma lágrima tão transparente e brilhante a escorrer – lhe pelo rosto delicado. Ao vê - la naquele estado, os amigos tiraram – na do armário e perguntaram – lhe:
- O que se passa, pequenina?
A Menina deixou cair outra lágrima que escorregava pela sua triste face e respondeu:
- Os espiões da Raia raptaram o menino e disseram que ela iria fazer – lhe alguma coisa muito má, mas eu não sei o que é…!
- Temos de o salvar o nosso amigo. Corre perigo de vida!
Foi então que o polvo disse enquanto limpava o rosto à Menina do Mar:
- Vamos salvá – lo. Não te preocupes. Vamos lembrar – nos de algo para o podermos libertar das garras da Raia!
- Não há tempo para pensar, temos de agir depressa! – replicou a pequena bailarina.
Os quatro amigos pensaram numa solução até que… o peixe teve uma ideia.
- Já sei o que vamos fazer: vamos falar com o Rei Dos Mares, ele é o único ser do mar que consegue fazer frente à Raia, com o seu tridente mágico!
- Sim, vamos lá. Não há tempo a perder…! – Declarou o caranguejo.
Os quatro amigos foram em direcção ao Palácio d’ Atlântica.
Quando chegaram ao palácio, os guardas não os queriam deixar entrar, mas o peixe que era um excelente actor, disse:
- Ai, só me faltava agora esta, mas o Rei dos Mares não vos informou que iria ser visitado pela bailarina mais talentosa dos mares? Por favor, Menina, não se exalte.
A Menina que percebera a jogada do seu amigo disse:
- Nunca fui tão mal recebida, vou ter que fazer queixa ao meu grande amigo Rei dos Mares.
Os guardas que julgavam tratar – se de um caso a sério, ao verem o seu emprego ameaçado disseram:
- Não se preocupe, nós vamos deixá – la entrar, mas por favor não diga nada ao patrão, temos família para manter!
- Obrigado! – Disse o peixe com um sorriso escondido…
Quando conseguiram passar pelos guardas, dirigiram – se para o Palácio d’ Atlântica.
Quando lá chegaram o Rei dos Mares perguntou – lhes:
- Que se passa minha querida?
A Menina do Mar com uma lágrima no rosto respondeu:
- Rei dos Mares, por favor, o meu amigo foi raptado pela Grande Raia que lhe quer fazer mal.
- Como o sabes, minha querida…? E o que é que ela quer fazer com ele? – Perguntou – lhe o Rei dos Mares.
- Não sei o que é que eles querem fazer com o menino, mas quando ele foi raptado, eu estava com ele em minha casa, só que os espiões dela prenderam – me no armário, mas eu ainda consegui ouvir o que eles disseram!
Sem pensar duas vezes, o Rei dos Mares pega no seu tridente, pronuncia umas palavras estranhas e visualiza o esconderijo da Raia.
Com os seus guardas (que eram sereias) montaram os seus cavalos-marinhos e dirigiram – se para lá. Entretanto lá na gruta o rapaz tinha recuperado os sentidos e foi aí que teve coragem para perguntar à Raia:
- O que é que quer de mim?
- Eu… Eu… Quero vingar – me da Menina do Mar e da terra que é de onde vens! – Respondeu a Raia.
- E como é que pensas fazer? – Questionou o rapaz.
- Vou provocar um tsunami que vai inundar a terra! Haaaa…Há… - Retorquiu a Raia.
- Mas porque ficaste tão furiosa com a minha amiga? – Interrogou – se o rapaz – ela não fez nada de mal!
- Porque eu é que sou a Dona destes mares e ao fazerem – me isto estavam a desafiar a minha autoridade.
De repente o Rei dos Mares, a Menina, os seus amigos e o exército Atlântico entraram à socapa no esconderijo da Raia. Mas, sem querer, o caranguejo que andava para o lado pisou uma pedra e fez barulho… A raia voltou – se para trás e viu – os a todos …
Então a Raia não hesitou e disse as palavras mágicas… No último momento quando a Raia ia afogar a terra... o Rei dos Mares disparou um raio através do seu tridente, que transformou a Raia num sapo – parteiro…
Enquanto isto, a Menina e os seus amigos, correram a abraçá – lo (excepto o peixe, pois não tinha braços e que lhe deu um beijinho) a Menina voltou a deixar cair uma lágrima cristalina e brilhante. Então o rapaz perguntou – lhe:
- Porque choras?
- Eu - respondeu a Menina - choro de felicidade.
Os dois amigos abraçaram – se ainda com mais força.Então o rapaz, dirigiu-se ao Rei dos Mares, fez – lhe uma vénia e disse – lhe:
- Obrigado, pela sua ajuda.
- De nada. - Disse o Rei - Agradece à Menina do Mar.
Então o Rei dos Mar pegou na Menina do Mar e no rapaz e proclamou:
- Eu declaro estes dois amigos para serem os novos príncipes do mar.
Depois virou – se para o peixe, para o polvo e para o caranguejo e continuou:
- Eu declaro estes três seres dos mares meus conselheiros, pela sua lealdade ao Rei dos Mares!
E assim foi, os cinco amigos nunca mais precisaram de ter medo de ninguém e viveram felizes para sempre!!!

Sara Pereira, nº 19, 5ºB

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Concursos de Escrita

Concurso da Biblioteca da Escola EB 2,3 de Vila Verde
Até 28 de Fevereiro, devem completar esta frase: "Amizade é...".
Todos as frases serão para postar no blogue da biblioteca.



Concurso da Câmara Municipal de Vila Verde

Concurso de poesia, cujo tema é: "Lenços dos Namorados: Novas escritas de amor".
Até 28 de Feveriero, devem elaborar poemas subordinados ao tema. Não pode ultrapassar uma página A4.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Escrever um DIÁRIO


"O diário é uma espécie de bilhete de identidade. Porque é que o “bilhete de identidade” é importante de se escrever? Porque, para se contar qualquer coisa, tem de haver um olhar e o olhar pertence a uma pessoa. Para sabermos para onde vamos, no decurso da narração, temos de saber de onde vimos, temos de conhecer as nossas raízes, humanas e sociais, temos de partir dessas raízes para construirmos o mundo da narrativa.(...)

O que se deve contar, na maior parte das vezes, está muito perto de nós e, para ser contado, exige uma grande simplicidade. A recordação de um passeio à montanha, a história de um parente, o tormento de uma noite de insónias podem ser fontes de narração muito mais ricas do que qualquer aventura mirabolante.(...)
Um exemplo prático: imaginemos que temos que descrever um passeio que demos numa praia, num dia de Inverno em que nos sentíamos indecisos, melancólicos. Se cedermos à tentação desses diabinhos que são os adjectivos, o resultado pode muito bem ser este: “O mar mugia, as enormes vagas rugiam tenebrosas, eu ia andando e, sobre mim, uma gaivota de asas cândidas e inocentes sulcava o ar, e o meu coração palpitava com misteriosas vibrações.”

Se atendermos, porém, à simplicidade e à precisão poder-se-á chegar a esta descrição: “O mar e o céu estavam escuros. O meu humor, suspenso. Debaixo dos meus pés rangiam as conchas, soprava nas mãos e as mãos continuavam geladas.” No segundo caso, o impacto é mais forte, quase se pode respirar a tristeza e a sensação de fragilidade, e o frio que vai penetrando em nós.
O primeiro exemplo era visto do exterior, ou seja, como se imagina que deve ser representado um dia triste à beira-mar (as ondas, a gaivota, o coração tocado por qualquer coisa que se desconhece). O segundo, pelo contrário, era contado do interior. O que sente uma pessoa que caminha ao longo de uma praia, num dia de Inverno? Frio provavelmente (as mãos), solidão (o rumor das conchas debaixo dos pés), melancolia (a escuridão do mar).(...)"

A todos uma boa escrita!

CONCURSO LITERÁRIO

Concurso Uma Aventura Literária 2011
Regulamento


Modalidades
O concurso Uma Aventura...Literária 2011 tem cinco modalidades :
Texto Original, Crítica, Desenho, Teatro e Olimpíadas da História.

Modalidade de Crítica:
Crítica a qualquer dos livros seleccionados para o concurso. ( Uma página dactilografada ou manuscrita)

Modalidade de Desenho:
Um desenho que ilustre um momento de qualquer dos livros a concurso-desenhos
a preto e branco em papel A4. ( Os concorrentes não devem imitar os desenhos dos livros).

Livros a concurso para as modalidades de Crítica e Desenho para o 3º e 4º anos, 2º ciclo,3º ciclo e secundário:
Colecção Uma Aventura / Colecção Viagens no Tempo / O pirata das Ilhas da Bruma / Quero ser Actor / Quero ser Outro
Livros a concurso para as modalidades de Crítica e desenho para o 1º e 2º ano:
A Gata Gatilde / Os primos e a Fada Atarantada


Modalidade de Texto Original:
Modalidade para todos os anos de escolaridade.
O tema é livre e deve ter a extensão máxima uma a duas páginas manuscritas ou dactilografadas.

Modalidade de Teatro:
Adaptação teatral de um episódio à escolha dos livros propostos a concurso.

Livros a concurso para todos os anos de escolaridade.
História de Portugal- Os primeiros Reis- Adaptação de um episódio/ Três Fábulas- Adaptação de uma fábula/ Piratas e Corsários- Adaptação de um pirata/ Uma Aventura no Alto Mar- Adaptação de um capítulo/ O lobo Prateado- Adaptação de uma história
Os autores das peças premiadas serão convidados a representá-las numa festa no Teatro Alberto, em Lisboa,e há prémios para os actores, guarda-roupa e cenário.


Modalidade Olimpíadas da História:
Um texto recontado por palavras do concorrente, que poderá ser ilustrado se desejar com fotografias, desenhos,colagens etc. O concorrente deve indicar o título do texto que escolheu e a página do livro em que baseou.
Livros a concurso para a modalidade Olimpíadas da História para todos os anos de escolaridade.
Os Descobrimentos Portugueses- Viagens e Aventuras/ O 5 de Outubro e a Primeira Republica


Prémios
Prémios de Olimpíadas da História :
Medalha de bronze, medalha de prata, medalha de ouro( por bronze prata ou ouro entenda-se a cor da medalha).
Os trabalhos podem ser individuais ou de grupo. Devem vir identificados com o nome do(s) concorrente(s), morada,telefone,e-mail,idade,ano que frequenta(m), nome e morada da escola o nome do(s) professore(s) coordenador(es).
O júri será constituíto por uma equipa da Editorial Caminho.
Os trabalhos concorrentes não seram devolvidos.
Prémios de Texto Original,Crítica e Desenho
Os trabalhos serão divididos por quatro graus de ensino 1º ciclo; 2º ciclo; 3º ciclo; Ensino Secundário.
No 1º ciclo haverá três prémios para os alunos do 1º e 2º anos e três para os alunos do 3º e 4º anos. Os trabalhos premiados ( três por cada grau de ensino e por cada modalidade) serão publicados com o nome e coma fotografia dos autores, bem como o nome da escola que frequentam, num livro da colecção Uma Aventura.
Os premiados e os respectivos professores recebem cheques-livros. Há ainda Menções Honrosas, Diplomas de Participação, Diplomas de Coordenação Pedagógica e todas as escolas participantes recebem


Prazo: 14 de Fevereiro de 2011 (data de correio) - Entregar os trabalhos à professora até ao final do mês de Janeiro ou assim que estejam terminados!

"Os três desejos"


Era uma vez uma mulher chamada Cornélia. Ela morava numa pequena casa, no meio da floresta.
Certo dia estava no seu campo a cultivar alface, quando, de repente, parou para pensar e exclamou:
- Que vida que eu tenho! Trabalho e mais trabalho!
O seu vizinho que se chamava Delfim, ouviu a queixa da mulher e pensou em ajudá-la.
Logo que a Cornélia entrou dentro de casa, o vizinho Delfim foi lá bater-lhe à porta.
- Truz, truz!
- Quem é? – interrogou a mulher.
- Sou eu, o seu vizinho Delfim! – exclamou o vizinho.
- Já vou abrir a porta! – disse a mulher.
Abriu a porta, mandou-o sentar, serviu-lhe um chá e a conversa começou.
O vizinho explicou-lhe o motivo da sua visita e de seguida segredou-lhe:
- Ouvi por aí dizer que anda por aqui um génio que concede desejos.
- A sério? – interrogou a mulher.
- Sim, sim! – exclamou o vizinho Delfim.
- Ouvi o que disse há pouco quando estava a cultivar a alface e vim aqui tentar ajudá-la.
- Muito obrigado, vou já ver onde o posso encontrar! – exclamou a mulher com muita alegria.
Procurou, procurou e encontrou!
- É você o génio? – interrogou a velha.
- Sim, sou. Porquê? – respondeu o génio.
- Você pode-me conceder desejos? – implorou a velha.
- Sim, posso! – retorquiu o génio.
-Então vamos lá começar! – sugeriu o génio.
- O meu primeiro desejo é ter uma ajuda em casa, para me ajudar nas tarefas domésticas. – desejou a mulher.
- Segundo! – sugeriu o génio.
- Podemos esperar para eu pensar? – interrogou a mulher.
- Claro! – afirmou o génio.
- Que camisola gira que aquela senhora tem, com ela eu ficaria igual a uma princesa! – desejou a mulher.
Como o génio estava a concretizar-lhe os desejos, ouviu isso e pronto, uma camisola igual lhe apareceu!
-Que burra que eu sou! Com milhares de desejos para pedir, fui logo pedir a camisola! – exclamou a velha.
- Falta-lhe um desejo! – indicou o génio!
- O meu terceiro desejo é … agradecer-lhe o favor que me fez!
- Não me custou nada, minha senhora! – exclamou o génio.
A mulher foi para sua casa muito feliz!
Quando chegou à sua pequena casinha estava lá uma senhora que a ia ajudar nas tarefas domésticas.
Logo depois de dar as boas vindas à sua ajudante, foi à casa do seu vizinho Delfim.
- Obrigado pela ajuda! – disse a mulher muito alegre.
- De nada! – respondeu o vizinho.
De seguida foi para a sua casa.
No dia seguinte acordou muito feliz, de seguida foram as duas realizar as tarefas domésticas.
A partir daquele dia a vida da mulher mudou por completo.
E viveram felizes para sempre como princesas!

Irina Mota, 6ºC

"SE"

Se as casas tivessem asas
Se as asas varressem o mar
Se o mar coubesse no copo
Se o copo jogasse à bola
Se a bola se fizesse sol
Se o sol fosse à escola
Se a escola se escondesse de segunda a sexta – feira
Se a sexta – feira se vestisse de encarnado
Se encarnado pintasse a chuva
Se a chuva abrisse a porta
Se a porta caminhasse pela rua de braço dado com a Lua
Se a Lua saltasse para a minha mão
E eu a comesse dentro do pão! …