quarta-feira, 10 de junho de 2015

Poemas 5ºF

As gotas de água.

Ping… ping … cai a gota.
Deita água ping… ping…
Ping…ping… gasta água
Gasta água do quintal ping... ping...
Ai, o que vamos pagar
Cai água
No quintal
Rega o quintal
Rega, rega
Ping…
Ping…

Ping…

Maria Pires, 5ºF

domingo, 3 de maio de 2015

Ser poeta é....

Trabalho de grupo das turmas do 6º ano, I e J.










quarta-feira, 7 de maio de 2014

"O pássaro da cabeça e mais versos para crianças" de Manuel António Pina

A Ana quer
A Ana quer
nunca ter saído
da barriga da mãe.
Cá fora está-se bem,
mas na barriga também
era divertido.
O coração ali à mão,
os pulmões ali ao pé,
ver como a mãe é
do lado que não se vê.
O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena:
não ter nada que fazer
senão ser pequena e crescer
e de vez em quando nascer
e voltar a desnascer.




Coisas que não há que há
Uma coisa que me põe triste
é que não exista o que não existe.
(Se é que não existe, e isto é que existe!)
Há tantas coisas bonitas que não há:
coisas que não há, gente que não há.
bichos que já houve e já não há,
livros por ler, coisas por ver,
feitos desfeitos, outros feitos por fazer,
pessoas tão boas ainda por nascer
e outras que morreram há tanto tempo!
Tantas lembranças de que não me lembro,
sítios que não sei, invenções que não invento,
gente de vidro e de vento, países por achar,
paisagens, plantas, jardins de ar,
tudo o que eu nem posso imaginar
porque se o imaginasse já existia
embora num lugar onde só eu ia...



O pássaro da cabeça
Sou o pássaro que canta
dentro da tua cabeça,
que canta na tua garganta,
que canta onde lhe apeteça.
Sou o pássaro que voa
dentro do teu coração
e do de qualquer pessoa
(mesmo as que julgas que não).
Sou o pássaro da imaginação
que voa até na prisão
e canta por tudo e por nada
mesmo com a boca fechada.
E esta é a canção sem razão
que não serve para mais nada
senão para ser cantada
quando os amigos se vão
e ficas de novo sozinho
na solidão que começa
apenas com o passarinho
dentro da tua cabeça.





segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Contos tradicionais portugueses



Frei João Sem Cuidados


O rei ouvia sempre falar em Frei João Sem-Cuidados como um homem que não se afligia com coisa nenhuma deste mundo. E isso provocava-lhe uma certa inveja: 
— Deixa estar, que eu hei-de meter-te em trabalhos — pensou o rei para consigo.
Mandou-o chamar à sua presença e disse-lhe:
— Vou dar-te uma adivinha e, se dentro de três dias, não me souberes responder, mando-te matar. Quero que me digas:
1.º Quanto pesa a lua? 2.º Quanta água tem o mar? 3.º Que é que eu penso?
Frei João Sem-Cuidados saiu do palácio bastante atrapalhado, pensando nas respostas que havia de dar a cada uma daquelas perguntas.
O velho moleiro encontrou-o no caminho e estranhou ver o frade tão macambúzio e de cabeça baixa.
— Olá, Frei João Sem-Cuidados, então porque é que está tão triste?
— É que o rei disse-me que me mandava matar se, dentro de três dias, não lhe respondesse quanto pesa a lua, quanta água tem o mar e em que é que ele pensa!
O moleiro desatou a rir e disse-lhe que não tivesse cuidado, que lhe emprestasse o hábito de frade, que ele iria disfarçado e havia de dar boas respostas ao rei.
Passados três dias, o moleiro, vestido de frade, foi pedir audiência ao rei. Este perguntou-lhe:
— Então quanto pesa a lua?
— Saberá Vossa Majestade que não pode pesar mais do que um arrátel, pois todos dizem que ela tem quatro quartos.
— É verdade. E agora: quanta água tem o mar?
— Isso é muito fácil de saber. Mas como Vossa Majestade só quer saber a água do mar, é preciso primeiro mandar tapar os rios, porque sem isso nada feito.
O rei achou bem respondido, mas, zangado de ver Frei João Sem-Cuidados a escapar-se às dificuldades, tornou:
— Agora, se não souberes que é que eu penso, mando-te matar!
O moleiro respondeu:
— Ora, Vossa Majestade pensa que está a falar com Frei João Sem-Cuidados e está mas é a conversar com o seu moleiro.
O velho moleiro deixou então cair o capucho de frade e o rei ficou pasmado com a esperteza dele e a do João Sem-Cuidados, que tão bem soube fazer-se substituir.
Contos populares portugueses: antologia. Publicações Europa-América, 1998
Flores da obra "O Rapaz de Bronze"

O gladíolo




Flor do Muguet




A tulipa





A rosa




O nardo



















segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen, autora da obra: "O Rapaz de Bronze."



Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto, no dia 6 de Novembro de 1919; no seio de uma família fidalga, de origem dinamarquesa por parte do pai.
A sua educação decorreu num ambiente católico e cultural influenciando a sua personagem.
A sua infância e adolescência decorreram entre Porto, onde viveu até aos 10 anos, e Lisboa, onde acabou por se fixar após o seu casamento.
Frequentou o curso de Filologia Clássica na Faculdade de letras da UniversidaLisboa, mas não chegou a concluir o curso.
Sophia de Mello Breyner foi casada com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares com quem teve cinco filhos, que não só foram a sua fonte de motivação para escrever contos infantis.
A escritora Portuguesa foi sócia fundadora da “Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos”, tendo sempre uma intervenção politica constante opondo-se ao regime salazarista; mesmo após revolução de Abril de 1974, foi representante na Assembleia constituinte pelo partido socialista.
Presidiu ao Centro Nacional de Cultura e à Assembleia-geral da Associação Portuguesa de escritores.
Sophia de Mello Breyner é uma das melhores poetisas contemporâneas. Também foi tradutora. As suas obras literárias encontram-se traduzidas em França, Itália, e Estados Unidas da América.
A luz, a seriedade e a magia estão sempre presentes nas obras de Sophia.  A literatura infantil em Portugal ficou marcada sobretudo nas gerações mais jovens, em obras como “O Rapaz de Bronze”, “A Fada Oriana” ou “A Menina do Mar”.
Sophia colaborou nas revistas Cadernos de Poesia (1940) e Árvore (1951) tendo convivido com nomes da literatura muito conhecidos como Miguel Torga, Ruy Cinatti e Jorge de Sena.
      1962 – Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de escritores;
      1977 – Prémio Teixeira, de Pascoaes;
      1994 – Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de escritores;
      1995 – Prémio Petrarca, da Associação de Editores Italianos
      1999 – Prémio Camões;
      2001 – Prémio Max Jacob de Poesia